Gardener grandfather | Avô jardineiro [EN/PT]

According to records, my grandfather Jochoku Tamanaha immigrated from Okinawa to Brazil in 1922, and besides the difficulty of communication due to the language barrier, he was also quite reserved, preferring to remain almost completely silent.
According to one family story, he was a gardener. Another legend said that he had been a slave, working throughout his adolescence to pay off a gambling debt of his father (my great-grandfather). Upon reaching adulthood, he decided to immigrate. I didn't hear any of this directly from him; it was told to me by aunts or cousins, without any confirmation.
Making an effort to remember, I recall that he spent a lot of time tending to the plants at home, putting eggshells on the soil and urinating on it. This last behavior bothered my mother and aunts, and also caused a certain disgust. Now I wonder if the urea was a traditional technique to enrich the soil. In any case, it seemed more like a moment of leisure than hard work, like the one described in the folk song I translated here in Ashimiji Bushi (汗水節) - Song of Sweating in Torrents.
Two plants in particular, which he cared for with a certain dedication, reminded him of his homeland: the Eritrina candelabro (also called suinã, mulungu-do-litoral, corticeira), native to Brazil, and the trapoeraba roxa (purple Tradescantia), native to Mexico. I discovered much later that the first one is very similar to the flower symbol of Okinawa called deigo. The second one features the color purple, used in one of the flags of the Ryukyu Kingdom, which was independent before becoming a province of Japan.
Since it's also springtime, I took advantage of this memory to create this artwork for the Challenge: Drawing (almost) every day on iPad. The land of my grandparents has already been a theme and inspired previous posts such as Shisa and Gargoyle and Okinawan Proverb.
Many thanks! Keep safe and good luck again!!
[VERSÃO EM PORTUGUÊS]

Segundo os registros, meu avô Jochoku Tamanaha imigrou de Okinawa para o Brasil em 1922 e além da dificuldade de comunicação por causa da língua, ele era bastante calado, preferia ficar em silêncio quase absoluto.
Segundo uma das histórias da família, ele teria sido jardineiro. Outra lenda dizia que ele tinha sido escravo, trabalhando toda a adolescência para pagar uma dívida de jogo de seu pai (meu bisavô). Ao completar a maioridade decidiu imigrar. Nada disso ouvi diretamente dele, foram contadas por tias ou primas, sem nenhuma confirmação.
Fazendo um esforço de memória, lembro que ele ficava bastante tempo cuidando das plantas em casa, colocava cascas de ovo e urinava na terra. Este último comportamente causava incômodo em minha mãe e tias, e certo nojo tb. Agora fico imaginando se a uréia era uma técnica tradicional para enriquecer o solo. De qq forma parecia mais um momento de lazer do que um trabalho árduo, como aquele descrito na música folclórica que traduzi aqui em Ashimiji Bushi (汗水節) - Canção suando em bicas.
Duas plantas em especial, que ele cuidava com certa dedicação, lembram sua terra natal: a eritrina candelabro (tb chamada de suinã, mulungu-do-litoral, corticeira), nativa do Brasil e a trapoeraba roxa, nativa do México. Descobri bem depois que a primeira é muito parecida com a flor símbolo de Okinawa chamada deigo. A segunda tem a cor púrpura usada em uma das bandeiras do reino de Ryukyu, que foi independente antes de virar província do Japão.
Já que tb estamos na primavera, aproveitei a lembrança para fazer esta arte para o Desafio: Desenhando (quase) todo dia no iPad. A terra dos meus avós já foi tema e inspirou posts anteriores como Shissá e carranca e Provérbio okinawano.
Valeu! Saúde, sucesso e boa sorte mais uma vez!!
PS: Quem quiser acessar os desenhos e ilustrações já publicados e eventuais posts futuros do Desafio, criei a pg https://bit.ly/desenhandonoipad parte do projeto que comentei aqui em Cérebro Aberto, anotações e links compartilhados de forma aberta e colaborativa em web 3.
Posted Using INLEO
Obrigado por promover a comunidade Hive-BR em suas postagens.
Vamos seguir fortalecendo a Hive